TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva Filme

TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva | Funciona em alguns momentos… mas é uma bagunça maior ainda


TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva tinha tudo para ser uma porcaria como um monte de outras produções do gênero que mais servem de veículo para aproveitar o hype de algum comediante do que para propriamente contar uma história. Até porque TOC por pouco nem tem uma história para contar.

Depois de uma demora enorme em tomar um rumo e ter algo para ser acompanhado, o filme esbarra em uma trama sobre uma super estrela da TV, Kika K (Tatá Werneck), que acaba se perdendo na falta de sentido de sua fama, mas que encontra um pouco de ajuda no funcionário de uma livraria, Vladimir (Daniel Furlan), que (com o perdão da expressão) está ¿pouco se fudendo para tudo¿.

O roteiro escrito pelos próprios diretores, Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic ainda passa por um sonho pós-apocalíptico, um estro com um obsessão fálica (Bruno Gagliasso), uma agente cretina (Vera Holtz), um fã ¿gordo e escroto¿ (Luis Lobianco, no posto de ¿Cara do Porta dos Fundos¿, que agora parece ser obrigatório em todas comédias nacionais), um ghost writer (morto) e Ingrid Guimarães.

Tudo bem que falando assim TOC parece ser uma baita bagunça… e é. E talvez dessa baderna até nasça um filme com partes interessantes, diálogos ágeis e uma vontade de ser complexo e sensível. Mas no momento em que tenta juntar tudo o que se sobressai é uma confusão que não sabe a hora de terminar.

Mas até quando acerta, TOC o faz de modo esquisito. Seu tais diálogos ágeis e interessantes sempre ficam no limite entre o divertido e o mau gosto, fora que enquanto Werneck e Furlan estão em cena é impossível dizer o que estava escrito antes e o que não foi improvisado ali mesmo. Por outro lado Holtz dá bem conta do que parece ser roteiro de verdade, enquanto Gagliasso parece entender a piada e encarnar bem e com humor sobre seu próprio estereótipo, o que demonstra uma maturidade interessante.

TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva Crítica

E enquanto ri de si mesmo e da indústria onde, quer queira ou não, está inserido, o filme funciona mais do que erra. Ri dos discursos estereotipados e maçantes sobre o cinema nacional, gargalha de todos trabalhos publicitários que os astros da TV se pegam fazendo e até de uma geração literária que se enforca com auto ajuda (as vezes literalmente).

Mas assim como outra comédia esquisita que estreou recentemente no brasil, Sobre Abelhas, existe um momento de TOC onde ele se transforma em um drama sensível que deve despertar o interesse do público. A diferença é que o filme do Fábio Porchat mantém esse clima até o final e se permite ser uma experiência interessantíssima, já em TOC, tudo despenca para uma situação que não sabe se é bizarra, perigosa, jocosa ou violenta. Coroando essa bagunça com uma flecha e um saco escrotal.

Enfim, um filme desequilibrado entre momentos onde você dará gargalhadas, dará risadas discretas, mas também aquelas meio incômodas e até ficará sensibilizado, mas por outro lado se encontrará incomodado com certos momentos bizarros e esquisitões. Mas talvez TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva esteja mesmo preocupado em aproveitar um pouco da fama momentânea de Tatá Werneck, e nesse caso o filme consegue fazer isso com o mínimo de interesse para que seu público se divirta durante essa experiência, que podia ser uma porcaria… mas pensando bem, não é.


TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva” (Bra, 2017), escrito e dirigido por Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic, com Tatá Werneck, Ver Holtz, Bruno Gagliasso, Daniel Furlan, Luis Lobianco e Ingrid Guimarães


Trailer – TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva

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