Invocação do Mal: A Origem Filme

Sobrenatural – A Origem | Nada se salva

Sobrenatural: A Origem chega às telas dos cinemas nacionais no dia 30 de julho e tem como grande destaque seu nome. Ostentando um título muito mais apropriado do que o original (Parte 3), já que o filme é uma pré-continuação e não uma sequência, Sobrenatural: A Origem é um exemplo de que os trabalhos de tradução em nosso país tem esperança de um lado melhorar e deixar as cafonices de lado.

Fora isso, no entanto, o projeto é uma bela porcaria e não há nada que se salve neste caça-níquel desnecessário (sim, estou sendo redundante, o filme merece) que nem se deu ao trabalho de trazer de volta o diretor dos dois primeiros longas, James Wan, que, mesmo com tramas pouco inspiradas, conseguia criar bons momentos (e os talentos do diretor podem ser vistos em ótimas obras, como Invocação do Mal, Sentença de Morte, entre outros).

Porém, sob o comando do picareta estreante Leigh Whannell, a história cliché e desnecessária que continua uma história cliché e desnecessária se mostra cliché e desnecessária (eu já mencionei que o filme é cliché e descenessário? Pois ele é cliché e desnecessário.).

Dito isso, Sobrenatural Zero, ops, Sobrenatural 3: A Origem (mas se é a origem, deveria ser zero, não? Mas divago…) conta a história de Quinn, uma garota que começa a ser atormentada por um demônio quando tenta contatar sua mãe, quando isso dá errado é então que ela e seu pai buscam a ajuda da caça-fantasmas Elise, uma mulher que possui incríveis superpoderes, como: transitar livremente entre o mundo dos vivos e dos mortes, soltar shoryukens em demônios, contatar entes queridos que se foram e ler a mente das pessoas. Com a ajuda de Elise, pai e filha esperam finalmente se livrar da terrível ameaça que os persegue.

Contando com um vilão risível que é bem menos ameaçador e assustador do que o dos filmes anteriores, Sobrenatural: O Começo é um sanguessuga que vive de fazer referência aos dois primeiros capítulos que, embora não excepcionais são imensamente superiores a este traste. Desta forma, o que o filme traz, que já é ruim, se mostra ainda mais frágil. Para piorar, as referências não acrescentam nada novo que os fãs já não conhecessem, funcionando como meras distrações, ao invés de agregar algo à mitologia da série.

O roteiro, novamente, assim como nos episódios anteriores, é assinado pelo próprio diretor Leigh Whannell e traz as mesmas fragilidades estruturais e personagens unidimensionais que os capítulos anteriores. Com a diferença de que aqui os personagens são ainda mais genéricos. Esse é o problema de querer espremer o bagaço até sair a última gota, às vezes não tem mais o que tirar. Mais uma prova da abordagem money money money adotada pela produtora do longa (algo comum, infelizmente, com séries de terror). Oras, não é só por que eles querem fazer umas continuaçõezinhas baratas, que não dá pra, pelo menos, caprichar um pouquinho, né?

Sobrenatural: A Origem Crítica

Seja como for, os problemas não param por aí. Oferecendo uma gama imensa de diálogos expositivos (super necessário nesta trama mega complexa!), o filme busca atingir o subsolo do fundo poço ao nos apresentar a protagonista adolescente mais exageradamente maquiada do cinema (inclusive logo após levantar da cama) que nos faz questionar os exemplos que estamos dando à nova geração. Esse tipo de medida é comum em filmes (ninguém pode aparecer feio, muito menos astros de cinema), mas quando isso é aplicado a uma garota de 16 anos (a desconhecida atriz Stefanie Scott tem 18 anos na vida real) precisamos começar a rever nossos conceitos.

Já em relação ao terror do filme, bom, ele inexiste. Oferecendo apenas cenas de susto (onde objetivos e seres aparecem repentinamente na tela ou quando um som estridente é tocado de surpresa), Sobrenatural: O Início carece de sequencias reais de tensão e terror, pois em momento algum temos medo do que acontece na tela, apenas pulamos de nossa cadeira quando o “fdp” do diretor põe o volume no máximo do nada.

Mas talvez o “melhor” momento mesmo de Sobrenatural: O Primórdio seja o momento em que, pela primeira vez na história do cinema, um fantasma precisa pular a janela para fugir. Talvez isso tenha sido uma referência a Scooby Doo, já que o filme é infestado de referências sem função alguma, como o fato de um dos ajudantes de Super Elise ostentar uma camiseta do He-Man (daquele lixo trash com Dolph Ludgren, não do desenho) o filme todo.

Desta forma, fica aqui a dica para o próximo final de semana. Se você estiver procurando por uma comédia de qualidade, não pense duas vezes, assista a Sobrenatural: A Nascença. No mínimo, será melhor do que ver o novo filme do Adam Sandler.


“Insiduos: Chapter 3” (EUA, 2015), escrito e dirigido por Leigh Whannell, com Dermont Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson, Leigh Whannell, Lin Shaye e Tate Berney


Trailer – Sobrenatural – A Origem

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