Sexta-feira 13 | #010 | 666 Filmes de Terror


[dropcap]U[/dropcap]m grupo de jovens, liderados por Alice (Adrienne King), é contratado por Steve Christy (Peter Brouwer) para reabrir um acampamento de verão fechado há mais de 20 anos. A razão para o local ter sido fechado foi a ocorrência do assassinato de dois monitores em 1958, logo após o menino Jason Voorhees (Ari Lehman) ter se afogado no lago.

Ignorando esse fato, Steve quer colocar o lugar em ordem para voltar a funcionar o quanto antes. Justo em uma sexta-feira 13, os jovens começam a chegar e são avisados pela população da cidade para ficarem afastados do Lago Cristal, pois existe uma maldição sobre o local. O mais veemente de todos é “Crazy” Ralph (Walt Gorney), cujo nome deixa claro o principal ponto de sua personalidade.

Os avisos são recebidos com desdém pelos garotos, que alegremente vão começando a trabalhar, brincar e, é claro transar. O problema é que, um a um, eles vão sendo assassinados por um misterioso personagem que não vai permitir a reinauguração do acampamento, não enquanto os monitores não pagarem por sua negligência.

Uma simplificação da trama criada por John Carpenter em Halloween, o independente Sexta-feira 13 estabeleceu as bases para o slasher movie descartável (adolescentes em ebulição hormonal, florestas e um assassinato a cada cinco minutos) e arrebentou nas bilheterias (arrecadou mais de 50 vezes seu orçamento, sem contar as locações e vendas de VHS e DVD), gerando nada mais nada menos do que nove sequências e incontáveis imitações e cópias.

Por causa da massificação dos seus elementos, é uma produção muito subestimada e até mesmo ignorada como referência do gênero. Mas, na verdade, faz parte do seleto grupo de clássicos do terror, onde conta com uma história interessante (cheia de nudez discreta e mulheres bonitas desfilando de lingerie), atuações razoáveis e um trabalho incrível do mestre da maquiagem, Tom Savini (de A Noite dos Mortos-Vivos e Amanhecer dos Mortos, para ficar nos mais famosos), especialmente se for considerado o avanço tecnológico da época – muita coisa bacana era feita “na raça”, sem a muleta dos computadores.

Além disso, a direção é segura e cria um bom suspense entre as mortes, ajudada pela excelente trilha sonora de Harry Manfredini; este criou um dos mais executados temas de todos os tempos, o famoso “ki-ki-ki, ma-ma-ma”.

O elenco não atrapalha, mesmo não sendo “lá essas coisas”. O destaque fica para Betsy Palmer, uma ex-estrela da TV, espécie de “namoradinha da América” que gerou muita polêmica ao fazer este papel, inclusive, sofreu um ataque inédito de um crítico de cinema, o qual publicou seu endereço na coluna e incitou os leitores a escreverem para ela protestando pela “traição” como a mãezona Voorhees. Adrienne King, como Alice (também participa da sequência Sexta-Feira 13 – Parte 2), foi obrigada, depois de ter sido perseguida por um fã obsessivo e quase ter sido assassinada de verdade, o que a ajudou a parar de atuar por 30 anos. Sem esquecer, é claro, um iniciante e “futuro astro” Kevin Bacon, como Jack, que acaba sofrendo umas das mortes mais clássicas da franquia.

O tempo lhe deixou muito previsível (pelo monte de continuações e imitações) e datado, mas ainda é um dos mais legais filmes de terror de todos os tempos, muito divertido e com ótimas mortes sangrentas (gargantas cortadas, machadadas na cara, cabeças decepadas, flechadas, etc), e quase sempre isso é mais que suficiente!


Confira os outros filmes da coluna 666 Filmes de Terror


“Friday the 13th” (EUA, 1980), escrito por Victor Miller, dirigido por Sean S. Cunningham, com Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Robbi Morgan, Kevin Bacon, Harry Crosby, Walt Gorney


Trailer do Filme – Sexta-feira 13

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