Sete Vidas Filme

Sete Vidas | Sobra estrelas, faltam boas intenções

Sete Vidas tem tudo que um filme precisaria para estourar a boca do balão, um diretor vindo de uma sucesso (À Procura da Felicidade) e um elenco acertado, cheio de estrela. Tudo isso dentro de uma história cheia de drama, daquelas que faz até paralelepípedo derrubar lagrimas, só faltou uma coisinha, na verdade sobrou: tempo.

O filme começa com o astro Will Smith ligando para a polícia e chamando o resgate para seu próprio suicídio dentro de um quarto de hotel, logo descobrimos que ele é na verdade Ben Thomas, um auditor da Receita Federal, amargurado por uma passado misterioso e que começa a ajudar todos a sua volta sem muita explicação.

Esse certo clima de mistério, que fica rondando o filme durante todo ele, até é suficiente, em grande parte do tempo, para prender o espectador à trama e acertaria em cheio se não se prolongasse tanto na grande maioria de seus outros momentos. É como se o diretor Gabriele Muccino resolvesse não ter pressa nenhuma em apresentar nada, sempre tentando guardar uma ou outra reviravoltazinha para a próxima cena, o único problema é que quando se começa a desconfiar do fim do filme, acaba-se não conseguindo mais ter tantas esperanças de alguma surpresa, obrigando o espectador a se deixar levar pela maré, sem o mínimo envolvimento.

Graças a essa decisão de semear a trama em doses homeopáticas, sem pressa, ele acaba se tornando-a lenta demais, criando uma narrativa que, em alguns momentos acaba pedindo, desesperadoramente até, por uma reviravolta que, infelizmente deixa de acontecer.

Toda essa confusão ainda acaba por se tornar uma faca de dois gumes, já que o próprio filme faz questão, de um jeito sutil é verdade, de entregar todo seu clímax ainda perto de seu começo, provocando sono em quem fica desmotivado pela trama e emoção em uma minoria que resolve se jogar de cabeça no drama do personagem.

Alguns espectadores irão ficar curiosos de como toda aquela trama apontara para aquele quarto de hotel da cena inicial, e esses mesmos ganharam de presenta um filme que sabe amarrar todas suas pontas muito bem, mesmo que obviamente, que sabe deixar as pistas para seus desfecho espalhadas durante todo filme de um jeito natural, e que, melhor ainda, serão brindados até com um final, bem piegas é verdade, que surpreende ( o “como” não o “por que”) dentro do que vinha se preparando. Nada que empolgue muito, mas pelo menos faz sua parte.

Quem não faz sua parte é o elenco, que deixa a impressão de render muito menos do que está acostumado. Enquanto Will Smith, se arrasta de uma jeito apático, não convence e acaba criando uma atuação desinteressante, mesmo com um personagem cheio de camada em suas mãos, ao seu lado, Rosário Dawson sofre com uma maquiagem para deixá-la com cara de paciente terminal, mas que de tão natural, parece simplesmente enfeiar a atriz. A grande decepção fica ainda por conta de Woody Harrelson, que, mesmo se mostrando em ótima fase, é incrivelmente mal aproveitado em uma participação quase especial.

Sete Vidas vai se aproveitar da credibilidade que Will Smith vem angariando em sua carreira para ir bem nas bilheterias, e com isso ganhar uma visão e uma sobrevida muito maior do que realmente merece. Por outro lado, mais olhos enxergando seus problemas estruturais, isso é, daqueles que conseguirem se manter acordados durante todo tempo.


Seven Pounds” (EUA, 2008) escrito por Grant Nieport, dirigido por  Gabrielle Muccino, com Will Smith, Rosário Dawson, Woody Harrelson e Barry Peper.


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1 Comentário. Deixe novo

  • Juan Rossi
    05/12/2011 4:17

    Maravilhoso filme, de maneira geral, e não cheguei a perceber problemas de roteiro ou excesso de clichês – como vários críticos apontaram. Sim, é uma bela estória, de se emocionar bastante, com final surpresa muitíssimo bem bolado e de tirar o fôlego! Recomendadíssimo!

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