Se Beber, Não Case Filme

Se Beber, Não Case | Uma comédia divertidíssima

Dê uma olhada nos números das bilheterias dos Estados Unidos nos últimos cinco anos e tente entender o que Segurando as Pontas, Separados pelo Casamento, Ligeiramente Grávidos, Superbad- É Hoje, Virgem de 40 Anos e Penetras Bons de Bico tem a ver com o mais recente sucesso Se Beber, Não Case. Não, não é a enormidade de dólares que eles ganharam, mas sim a causa de tudo isso: um jeito novo de ver o comum.

E é isso o que o diretor Todd Phillips, que vem de uma carreira com algumas comédias interessantes como Dias Incríveis e Caindo na Estrada, faz em Se Beber, Não Case: desconstrói uma narrativa tradicional a partir do princípio que, se a ressaca (em inglês “Hangover”, título original) dos três amigos os fez esquecer tudo sobre a noite anterior, o espectador só tem a opção de tentar descobrir com eles o que aconteceu na despedida de solteiro em Las Vegas. Assim como onde diabos está o noivo.

Simples assim, em poucos segundos, todo o cinema está à deriva junto com o trio de amigos, tentando farejar as pistas e dando de cara com as situações mais bizarras e inusitadas. Phillips joga todos dentro da trama e faz você se divertir com isso. Se ao final você percebe que nada foi tão incrível assim, e que as soluções do roteiro, escrito por Scott Moore e Jon Lucas, dupla que ainda escreveu o sem graça Surpresas do Amor, não foram tão criativas, e até previsíveis em uma trama quase episódica, que vai de um lugar ao outro em Las Vegas atrás das lembranças, já é tarde, e o espectador já adotou o filme para sua coleção.

Além disso, Phillips conta com um elenco bem estruturado que se mostra extremamente à vontade com a trama, assim como com um humor meio cara-de-pau, pouco preocupado com raça, cor ou credo, que não poupa nada nem ninguém, principalmente quando está de frente com o ótimo Zach Galifinakis, no papel de Alan, genro do noivo, maluco de carteirinha e responsável pelo melhor do filme com seu jeito cínico, sempre disposto a fazer uma pergunta idiota e tomar a decisão menos apropriada. Junte isso a um caminhão de tipos amalucados, como a dupla de policiais, o gângster chinês, Mike Tyson e seu tigre e voilá, está aí o seu sucesso de bilheteria.

Por fim, voltando aos filmes do primeiro parágrafo, a conclusão que se chega é que todos arrecadaram muito mais que o dobro de seus gastos por ter a simples coragem de tentar ultrapassar algumas barreiras narrativas para criar um produto que não inova, mas simplesmente tenta pegar um caminho diferente para atingir seu alvos, exatamente como Se Beber, não Case. Todos contando com elencos afiados, na maioria formado por até então desconhecidos, um roteiro bacana e uma vontade de ser politicamente incorreto. Talvez uma fórmula vencedora que começa a dar frutos interessantes…


Hangover (EUA 2009) direção: Todd Phillips


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1 Comentário. Deixe novo

  • Faz tempo que não posto por aqui, mas como o filme ainda é fresco na cuca, vamos lá.
    Sua crítica fala por si só, quando enfatiza que um filme de baixa renda tenha se destacado entre as comédias habituais as quais estamos acostumados a assistir.
    A história não é inovadora, no sentido de amigos juntos fazerem presepadas, mas o enredo é irreverente e engraçado. Vale a pena assisitir.

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