Rob Marshall

Rob Marshall

De toda história de Hollywood, talvez pouco ou nenhum genêro tenha contado tanto para que ela se tornasse sinônimo de glamour como os musicais. E ainda que eles tenham ficado de lado por quase duas décadas entre os anos 80 e 90, o novo século trouxe com ele de volta essa “nova velha moda”. E no olho desse furacão estava Rob Marshall.

Mesmo Marshall que em seu primeiro filme não só foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor, como ainda pode ver a produção levar para casa seis estatueta, incluindo Melhor Filme. No caso era Chicago, uma adaptação de um sucesso estrondoso da Broadway, justamente, igual a seu diretor.

Americando de Winsconsin, ali perto do Canadá e a cinco estados de onde fez sua carreira em Nova York, Marshall nasceu em 1960 e logo teve certeza que seu futuro seria sob os holofotes. Estreou durante os anos 80 como dançarino da Broadway e passou por vários espetáculos, até quem em Cats descobriu uma hérnia de disco que o levou para detrás dos palcos.

Como coreógrafo, foi indicado a seis Tonys durante os anos 90 (Beijo da Mulher-Aranha, Damn Yankees, She Loves Me, Little Me e Cabaret, onde também foi indicado por sua direção), o que fez seu nome ser um dos mais lembrados quando Hollywood redescobriu os musicais. Marshall estava no lugar certo e na hora certa quando em 2001, por apenas 500 mil dólares, aceitou dirigir Chicago.

Chicago - Rob Marshall

A verdade é que ninguém acreditava na possibilidade do cinema contemporâneo se familiarizar novamente com os números de dança, e Marshall provou o contrário. Tudo no filme é um show de fluidez e técnica, desde o elenco afiado (e afinado), até os números, cenários e canções. Marshall levou de volta a Broadway até Hollywood, e o público adorou isso.

Mas talvez no desespero de provar que não seria só mais um nome no liquidificador de egos da indústria cinematográfica, Marshall resolveu então levar para os cinema o best-seller Memórias de uma Gueixa. Os 500 viraram cinco milhões de salário, e Marshall mais uma vez mostrou seu poder para criar belos filme, mas tampouco empolgou com o roteiro de Robin Swicord (que depois escreveu o igualmente fraco O Curioso Caso de Benjamin Button), como também foi tremendamente mal recebido tanto pela crítica quanto por especialistas. Suas gueixas não eram japones (as atrizes eram chinesas) e fica fácil encontrar no filme um ranço preconcituoso que enxerga as personagens como simples prostitutas. Mesmo assim, Memórias de uma Gueixa saiu do Oscar com três estatuetas: Fotografia, Direção de Arte e Figurino”.

O que veio depois talvez tenha sido um passo maior que sua perna. Na verdade veio com certa humildade de perceber qual era seu lugar e onde faria seu melhor trabalho, mas acabou escolhendo algo com uma expectativa grande demais para ele. O filme em questão era Nine, adaptação de uma peça da Broadway que fez sucesso no começo dos anos 80 que, por sua vez, era uma recriação de um dos maiores clássicos do cinema, “8 ½” . Talvez não fosse o momento para Marshall levar de volta para os cinemas um filme de Frederico Fellini.

Tudo bem que não era exatamente o filme, mas o peso do nome continuou lá. Nine tinhas as músicas, tinhas os números, tinha um elenco de mulheres incrível e, mais do que isso, um Daniel Day-Lewis em um de seus momentos mais inspirados. Mas nada disso empolgou o suficiente para que o filme não tenha se tornado um fracasso.

Piratas do Caribe - Rob Marshall

Uma carreira cheia de altos e baixos tão discrepantes que colocou em dúvida seu futuro, e por mais que nesse ponto já tivesse se tornando um daqueles diretores que todos prestavam atenção (incluindo a Academia e seus Oscars), Marshall precisava de um sucesso que lhe tirasse Chicago das costas. A opção que pareceu mais interessante foi então encarar as “Águas Misteriosas” do quarto Piratas do Caribe, uma tentativa de perdurar a série depois de sua trilogia original. Uma tentativa em vão é preciso falar.

O filme foi um fracasso de crítica, justamente por não conseguir manter o interesse pelos personagens de modo natural e apostar demais na figura delirante do Capitão Jack Sparrow, qua fica tempo demais na tela e se torna um tiquinho irritante. Mas por outro lado, nas bilheterias fez sucesso suficiente para que Marshall pudesse se manter na pauta de Hollywood.

Seu mais recente filme então o coloca de volta exatamente onde tudo começou, com uma peça da Broadway que é um sucesso, um elenco incrível e um monte de indicações ao Oscar. Caminhos da Floresta, da Disney, brinca com um punhado de contos de fada e abre espaço para que Marshall possa mais uma vez ser aquele cara que mostrou a todos que Hollywood pode sim levar um pedacinho da Broadway para os cinemas.

Cinebiografia selecionada:

Chicago (2002) [compre aqui] Memórias de uma Gueixa (2005) [compre aqui] [Blu-ray] Nine (2009)
Piratas do Carbe: Navegando em Águas Misteriosas (2011) [compre aqui] [Blu-ray em promoção imperdível] Caminhos da Floresta (2014)

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