Quase Uma Rockstar | Um drama jovem


Quase uma Rockstar é o segundo livro de Matthew Quick, o primeiro também virou filme, O Lado Bom da Vida, dirigido por David O. Russel e indicado a oitos Oscars. Entretanto, é melhor não criar expectativas.

Essa segunda adaptação de suas obras é dirigida por Brett Haley, acostumado a filmes de amor com personagens apaixonados, como seu último Por Lugares Incríveis. Isso também não quer dizer que Quase uma Rockstar seja um romance teen. Talvez ele esteja mais para um “drama jovem”. Isso quer dizer: adolescentes sofrendo.

O sofrimento em questão é de Amber Appleton (Auli´i Cravalho, que você pode não conhecer de cara, mas talvez de voz, já que dublou a Moana). Amber é uma atípica jovem perfeita, trabalha lavando pratos, ajuda os idosos em uma casa de repouso, dá aula de inglês para umas senhoras coreanas, organiza as festas da escola e ainda junta dinheiro para alugar um apartamento com sua mãe enquanto dormem no ônibus escolar onde ela é motorista.

Como é de se esperar, algo dá errado no meio disso tudo e ela precisa escolher entre dar a volta por cima ou escolher o caminho mais óbvio e com cara de desistência. E isso fica pior ainda com uma outra possível perda, essa, definitivamente diminuindo suas motivações e deixando tudo até meio bobo. Mas tudo bem a ideia é ter esperança e tudo dar certo.

E em nenhum momento Haley se dispõe a criar um filme muito maior do que ele se propõe, então esperar mais do que um filme teen simpático e esperançoso não cabe em Quase uma Rockstar. O amor está lá, mesmo que não seja o ponto principal, assim como a volta por cima e essa aproximação sensível com sua protagonista. Mesmo que isso não deixe surgir uma personagem irrepreensível, mas sim uma jovem com dúvidas e sem respostas. E isso é ótima para seu público.

Cravalho é simpática, não tenta fazer nada além disso, passa pela história sem falhas ou exageros. Caminha despercebida assim como o filme. Não existe um clímax em seu trabalho, nem no filme, tudo acaba com um monte de exposições, sem muito tempo gasto e a impressão de que tudo ainda dará muito certo.

Haley parece aceitar o tamanho de seu filme, tem uma direção precisa e que funciona em cada cena, sempre de modo visualmente sutil e sem grandes intenções, apenas uma história para contar e ninguém reclamar de seu trabalho.  Esse, some por trás das cenas. Em trabalhos desse porte, isso nem acaba sendo um defeito.

Mas essa falta de objetivos maiores parece embrulhar o filme para um público que aceita consumir esse tipo de ideia simples sem desejos maiores. Fácil, acessível, compreensível e interessantemente banal. Um filme teen meio depressivo sobre uma volta por cima, e quase sempre isso é mais que suficiente para um passatempo sincero e simpático.


“All Together Now” (EUA, 2020); escrito por Matthew Quick, Brett Haley e Marc Basch, a partir do livro de Matthew Quick; dirigido por Brett Haley; como Auli´i Cravalho. Rhenzy Feliz, Justina Machado, Judy Reyes, Anhony Jacques, Gerald Isaac Waters, Taylor Richardson e Fred Armisen, Carol Burnett.


Trailer do Filme: Quase Uma Rockstar

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