Perigo em Bangkok Filme

Perigo em Bagkok | Igual a um monte e desinteressante

Eu tenho uma teoria sobre Nicolas Cage, ela diz que o sobrinho do senhor Francis Ford Coppolla é na verdade um ótimo ator quando não precisa matar ninguém, cerrou os olhos e fez cara de mal, já era, não sobra nada do ator de Despedida em Las Vegas. Perigo em Bangkok, como já se esperava, não é uma exceção à essa teoria.

Na pele de Joe, um assassino contratado que, após uma vida de serviços nada ortodoxo, resolve parar, mas não sem antes realizar uma espécie de promoção “pague um e leve três” para um mafioso em Bangkok. Lá, acaba se deixando carregar por algo que o leva a ruína: se apega a seu ajudante, se apaixona por uma farmacêutica e acaba tendo que enfrentar a ira de seus contratantes.

Igualzinho a um milhão de outros filmes por ai, só isso já não deixa Perigo em Bagkok decolar, já que um público, ávido por surpresas, dá de cara com situações extremamente manjadas, que não conseguem nem ao menos criar um ou outro assassinato mais criativo, coisa que deixa o filme pairar por um marasmo digno de roncos na sala de cinema.

A direção dos irmãos Pang, que na verdade fizeram a versão original desse filme em 1999, antes mesmo de aparecerem para o mundo com seu O Olho (o original), parece não conseguir imprimir um visual mais marcante, acabando por se apoiar em sequencias de slow-motion para criar dramaticidade na sequencias de ação, que em sua totalidade não apresentam absolutamente nada de novo, se já não na narrativa, aqui muito menos no visual.

A dupla ainda peca seriamente em não conseguir impor um ritmo mais ágil ao filme, perdendo muito tempo com um romance forçado, que não está no centro da trama e muito menos a influencia, não fazendo diferença nenhuma.  A situação piorando ainda mais com uma certa desaceleração do filme quando, por meio de ações e diálogos, supérfluos, os dois diretores tentam criar uma personalidade mais presente, tanto para os personagens principais quanto para os vilões, esses mais ainda, já que acabam parecendo não fazer diferença nenhuma, vivos ou mortos.

Nicolas Cage, é verdade, não poderia fazer muita coisa com um personagem desses nas mãos, mas no fim das contas, dentro de suas possibilidade acaba forçando a barra, criando um personagem tão hermético, que fica quase impossível entender sua decisões, que na sua maioria não são das mais coerentes com o que é apresentado no resto do filme. Tudo bem que o personagem “ganhou” um coração nesse último trabalho, mas não precisava ter se transformado em uma menininha de doze anos (sem nenhum ofensa a elas).

No fim das contas, Perigo em Bagkok acaba se tornando uma daqueles filmes que resultam em um milhão de caras atirando no herói, que resiste até o último tiro, mas sem parecerem pensar muito no que estão fazendo. Um daqueles que o bandido com cara de “vou morrer”, tem a “ótima” idéia de se proteger com uma granada dentro de uma galpão cheio de outros candidatos a defuntos. Um filme que se tivesse Chuck Noris no papel principal, ninguém iria perceber a diferença, e iria direto para as madrugadas das televisões abertas.


“Bangkok Dangerous” (EUA, 2008) escrito por Jason Richman, dirigido por Oxide e Danny Pang, com Nicolas Cage e Shahkrit Yamnarm


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