Os Filhos do Padre Filme

Os Filhos do Padre

Em um gênero tão complicado como as comédias, filme como Os Filhos do Padre, mesmo vindo lá de longe na Croácia, faz lembrar que ainda há espaço para ideias originais, engraçadas e sensíveis. Que fazem o cinema morrer de dar risada, mas não Os Filhos do Padre Posterse esquecem de discutir e fazer todos refletirem sobre um assunto.

Nela, um padre chega para trabalhar em uma paróquia no meio de uma ilha e acaba dando de cara com um morador local em busca da redenção pelo “aparente” assassinato de um monte de “pretensas vidas”. Pelo menos é o que a mulher dele acha, já que ele é o principal vendedor de camisinhas local, e para “pagar esse pecado” a dupla (padre e ele) acabam tendo uma ideia que ainda fará com que as mortes na cidade voltem a ser um número menor que os nascimentos. Uma ideia que envolve uma agulha e um buraco que “libertará” essas pessoas do pecado.

É lógico que essa premissa não deixar que o filme siga outro caminho senão o de uma confusão enorme, ainda mais quando a dupla se afilia ao farmacêutico local para furar as outras camisinhas e ainda substituir as pílulas anticoncepcionais por vitaminas. Sobra então ao filme se divertir com todas as situações que esse “plano” cria.

Aproveitando então muito bem esses momentos, esses risos e essas várias “montagens” (as passadas na imaginação do próprio padre são hilárias e nunca perdem o “timing”) e pequena, histórias que se desenrolam diante dessa premissa. E é bom aproveitar mesmo, já que a parte final dele dá uma guinada para um rumo muito menos feliz e que irá surpreender muita gente.

Os Filhos do Padre Filme

Mas sobre isso, mesmo com essa mudança de tom (que talvez se fosse um pouco menos pesada, acabasse um pouco mais dentro do ritmo), Os Filhos do Padre se mantém tentando fazer graça até o último momento, e o melhor, conseguindo, como na última confissão, ou, antes disso, em uma hilariante visita de um Bispo (que não é um “magnata nem um mafioso” enquanto chega em sua lancha). E ainda que faça isso com a vontade clara de criticar algumas decisões da Igreja, não permite que esse ponto seja o foco central dessa história (que é uma escolha que acaba não deixando o filme mais pesado ainda no final).

Enfim, o resultado é um passatempo honesto, com uma premissa acima da média, mais momentos engraçados do que o contrário e uma sensibilidade que permite Os Filhos do Padre discutir um assunto, que não é dos mais leves, enquanto expõe um ponto de vista pertinente, mas sem se tornar chato.


“Svecenikova Djeca” (Cro/Srb, 2013), escrito por Vinko Bresan e Mate Matisic, dirigido por Vink Bresan, com Kresimir Mikic, Niksa Butjer e Marija Skaricic


Essa crítica é parte da cobertura da Itinerância da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Trailer do Filme Os Filhos do Padre

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