O Caçador e a Rainha do Gelo

O Caçador e a Rainha do Gelo | Quem quer mais uma continuação?


O que há com Hollywood para que que um projeto mequetrefe como O Caçador e a Rainha do Gelo saia do papel? Uma continuação que nem o mais criativo dos roteiristas picaretas poderiam pensar em emplacar. Um objetivo único de contar uma história que não interessa para absolutamente ninguém.

E isso, mesmo com Branca de Neve e o Caçador nem bem sendo um baita sucesso de público (muito menos de crítica), custou 170 milhões e rendeu no mundo inteiro pouco mais de 300. E se então é difícil de entender como essa continuação recebeu carta branca para ganhar vida, é pelo menos fácil de não esperar muito dela. E quando se diz ¿esperar muito¿, talvez esperar qualquer coisa já seja um exagero.

O filme, como o título mostra, extirpa a Branca de Neve da história e começa contando um pouco sobre a vida pregressa da ¿Bruxa má¿ vivida por Charlize Theron, que na verdade tem uma irmão que é a tal Rainha do Gelo, Freya (Emily Blunt), que decide deixar o reino da irmão diante do assassinato do filho recém-nascido, o que também lhe dá esse poder ¿à lá Elsa¿.

Sua tristeza então se transforma em fúria e isso na ideia de construir um exército para chamar de seu, arrancando as crianças dos braços de suas mães e treiná-los nas artes de guerra para se tornarem Caçadores. Ok, a desculpa deles existirem e terem esse nome é mesmo bem fraquinha, mas o grande mote é que eles não amam (sim… caímos no bom e velho amor), até que seus dois melhores soldados (Chris ¿Thor¿ Hemsworth e Jessica ¿Podia ter ficado sem essa¿ Chastain) se apaixonam. O amor entre os dois então faz com que ele seja declarado morto e um punhado de anos depois cruze o caminho da Branca de Neve.

E tudo isso somente em uma introdução, já que o filme mesmo é sobre o Caçador formando sua comitiva de anões para ir atrás do famoso espelho (aquele do ¿existe alguém mais bonito do que eu?¿). No meio do caminho, o protagonista encontra um pedaço do seu passado (você deve imaginar quem) e ai ambos acabam tendo que enfrentar a Rainha do Gelo. Na verdade, mais ou menos isso, já que no final das contas eles só apanham dela e surge então ¿alguém¿ mais má que ela (você também deve imaginar quem) para ser a grande vilã. Os anões ficam jogados em algum canto esse tempo todo, então não há razões para se preocuparem com eles.

O Caçador e a Rainha do Gelo Crítica

Mas independente da falta completa de interesse pela história, em um mundo cheio de magia, espadas e personagens fantásticos, O Caçador e a Rainha de Gelo precisaria fazer muito pouco para emplacar o interesse do público, mas nem isso acontece. O filme é simplesmente chato. Bonito, com um visual bacana, alguns efeitos especiais acima da média, uns anões para ficarem responsáveis por umas piadas, mas antes de qualquer coisa, chato.

Talvez por ter tão poucas cenas de ação. Talvez pelo espectador já estar cansado do amor resolvendo e causando todos problemas. Talvez por já ter se acostumado com uma nova safra de contos de fada como Frozen e Malévola que tentam ir além do comum.

E esse muito provavelmente é o maior dos problemas de O Caçador e a Rainha do Gelo (além da dicção de Hemsworth): sua normalidade. Um filme que conta uma jornada que já foi tantas e tantas vezes contada que se torna automaticamente cansativa. Seu público já cansou de ver um herói e sua comitiva dando de frente com um perigo inesperado para conseguir um item, ver o tal item ser roubado pelo grande vilão e em um terceiro ato invadirem a fortaleza do grande vilão mesmo estando em menor número. Todos estão cansados, principalmente, pois todos já sabem onde tudo isso vai dar. Enquanto no primeiro, pelo menos, o foco principal era desconstruir a história que todos já conheciam, aqui, tudo é apenas o reflexo preguiçoso de uma Hollywood que só quer espremer seus sucessos até que sobrem pelo menos mais algumas gotas.

É lógico então que haverão gotas à serem aproveitadas desse O Caçador e a Rainha do Gelo, alguns milhões de dólares que façam todo o esforço valer a pena. Mas para o espectador sobra apenas a impressão que todo esse dinheiro poderia muito bem ir para uma trama inédita, novos personagens e algumas surpresas. Quem sabe até uma ideia que gerasse uma continuação, mas enfim, Hollywood parece mesmo pouco preocupada com seus espectadores, tão pouco como nunca esteve.


“The Huntsman: Winter´s War” (EUA, 2016), escrito por Evan Spiliotopoulos e Craig Mazin, dirigido por Cedric Nicolas-Troyan, com Chris Hemsworth, Charlize Theron, Jessica Chastain, Emily Blunt, Nick Frost, Rob Brydon, Sherdian Smith, Alexandra Roach e Sope Dirisu.


Trailer – Caçador e a Rainha do Gelo

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3 Comentários. Deixe novo

  • adorei o filme mas achei que a Freya não tinha que ter morrido

  • Vinicius Carlos Vieira
    18/06/2016 17:01

    Me pegou Caio… descobriu meu calcanhar de aquiles, adoro Mortal Kombat e acho ele muito melhor do que esse Caçador e a Rainha do Son… quer dizer Gelo.

  • Comentários bobos…
    O filme é lúdico, é uma trama romântica bem bolada mesmo não sendo um clássico. Cumpre o papel de entretenimento bom. A histórica se cruza bem com o começo.
    O comentarista deve achar bom filmes apenas de luta…MORTAL KOMBAT pra ele ver …pq Até XMEN está mais visando a questão de caráter humano, de respeito e aceitação das diferenças…Filmes que misturam emoção com ação.

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