Jackass 3D | Três dimensões de bobagens

É difícil, na verdade impossível, olhar e analisar Jackass 3D como um filme, por mais que passe naquela enorme tela do cinema. Talvez um documentário sobre até onde possa chegar à imbecilidade humana, ou um estudo do quanto uma platéia pode rolar de rir do maior número de brincadeiras ultrajantes, mas não um filme

Em outras palavras, “Jackass” provoca em seu público o sentimento, um pouco esquecido, que os palhaços provocavam enquanto tomavam conta de seus picadeiros, só que nesse caso (“Jackass”) olhando para um público específico com um senso de humor específico. Não sádico nem nojento, apenas uma espécie de terapia do riso inofensiva.

Inofensiva, por que, por mais que não pareça, a trupe de Johnny Knoxville, parece sempre preocupada em não sair de seus limites quando não estão entre eles. Nenhuma “pegadinha” envolvendo anônimos ofende ou agride qualquer um, o que deixa isso para o convívio deles. E o espectador percebe isso, vê que, entre eles não existe um limite (como os palhaços, ou os “Três Patetas”, por exemplo) e isso deixa seu público à vontade para se divertir, já que sabe que ali, nenhuma pessoa envolvida vai sair machucada, tanto no ego quanto no físico.

Portanto, em público, “Jackass 3D” brinca com um briga de anões, interrompida por uma dupla de policiais anões e que tem seus feridos tratados por paramédicos anões, tudo em um bar com as pessoas olhando atônitas para aquela cena surreal, enquanto, entre eles (e nesse caso o espectador ganhando o status de companheiro deles) o limite vai mais além de “coquetéis de suor” e usos flatulentos de línguas-de-sogra, trompetes e zarabatanas.

A estrutura é a mesma, com nome idiotas para pequenas esquetes e situações ultrajantes envolvendo eles próprios e qualquer coisa que venha à mente deles. Analisado psicologicamente: um chute no peito de Freud, Jung e seus aparelhos psíquicos, já que nada conseguiria analisar a mente de Knoxville e seus amigos. Porém fica fácil entender a atitude escapista de seus fãs, tentando fugir dessa realidade por alguns segundos, minutos ou horas e soltando algumas gargalhadas diante desses palhaços pós-modernos.

O descabido seria criticar Jackass 3D por ofensivo, nesse caso, da mesma maneira que apontar uma sexualidade exacerbada de um filme erótico, ambos são resultados de uma demanda de público que procuram esses produtos. Do mesmo jeito que quem entra em uma sala de algum cinema “adulto” sabe o que vai encontrar lá, quem compra o ingresso para ver “Jackass 3D” sabe exatamente onde está pisando. Se bem que talvez, o 3D ajude a dar ao público algumas pequenas “surpresinhas” voando na sua cara.

Portanto, Jackass 3D é um produto específico para um público específico que vai se divertir à beça com toda essa besteira e torcer para que, assim como nesse, o quarto, quinto e assim por diante aumentem, cada vez mais o tamanho de toda essa insanidade bem humorada.


idem (EUA, 2010), escrito por Preston Lacy, dirigido por Jeff Tremaine, com Johnny Knoxville, Bam Margera, Ryan Dunn, Steve-O, Jason “Wee Man” Acuña, Preston Lacy, Chris Pontius, Ehren McGhehey e Dave England


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