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Halloween II | Quando a pretensão não tem fim

Se já de cara uma franquia desgastada como Halloween (e todas outras envolvendo assassinos seriais de máscara) não conseguia nem sobreviver diante de suas infindáveis continuações, o que dizer então de uma tentativa pífia de continuar uma história que já podia ter sido deixada quieta. A grande verdade é que o original de John Carpenter ainda funcionaria perfeitamente e essa “visão” do metaleiro metido a cineasta, Rob Zombie, não só não acrescenta nada, como parece mais preocupado em distorcer a ideia original, tanto visual como narrativamente.

Zombie, ainda por cima, parece preso a uma estética que ele mesmo impôs em seus filmes pré Halloween, uma identidade que mesmo sem caber com a história do assassino, acaba sendo empurrada goela abaixo do pior jeito possível. Além de, em muitos momentos você ter uma vaga impressão que está em algum videoclipe do Marilyn Mason, bonito e até meio perturbador, mas sem sentido dentro da história, o diretor ainda apela para um um pseudo simbolismo meio babaca envolvendo um cavalo branco, a própria mãe de Myers (vivida pela mulher de Zombie, ao melhor estilo cabide de emprego) e ainda uma versão adolescente do próprio assassino, em uma tentativa, frustrada, de até criar um fundo místico em toda trama (é isso mesmo), já que, além de criar uma ligação “a distancia” entre Myers e a irmã, no final ainda leva a crer que a moça está compartilhando das visões com ele.

E essa viagem onírica de Myers por seu subconsciente fica pequena perto da “visão” de Zombie para o personagem, que acaba se tornando um mendigo andarilho, com cara de que não toma banho a um ano, com uma barba vasta e um cabelo ensebado, isso mesmo “barba”, já que o diretor por várias vezes parece fazer questão de mostrá-lo sem sua máscara, jogando toda concepção original no ralo.

Como se isso não bastasse, os outros dois lados do triangulo que carrega a história se tornam personagens mudados sem um explicação razoável, a heroína em uma punk bagaceira que trabalha em uma loja de discos e mora em um quarto que daria orgulho ao Sid Vicious (sem falar no atestado de imbecilidade em sua parede com um cartaz do “famoso” assassino serial Charles Mason, decoração pouco ortodoxa haja vista que sua família e seus amigos a menos de uma ano atrás teriam sido massacrados por um outro assassino) e por fim. o Dr Loomis, tendo se tornado um psicólogo egoísta que só se interessa por vender seu livro. Nem sombra daquele cara que fazia de tudo para tentar consertar seus erros como psicólogo e muito menos daquela mocinha traumatizada pela perca da família que permearam os filmes originais.

O pior de tudo isso, é ver o quanto Zombie poderia ter feito um filme bacana quando logo no começo cede a uma belíssima homenagem a continuação original (e se você não viu o filme ainda pode ir embora nesse momento e voltar só no próximo parágrafo) apontando o filme para uma sequencia imediata, onde a heroína vai para o hospital e logo descobre que o assassino não morreu. É nesse exato momento que você imagina que Zombie tomou jeito, conseguindo impor um suspense, com ângulos baixos e algumas boas composições de cena, ora com uma câmera fixa esperando por seus personagens passarem por ela ora por outra bem próxima a ação, que deixa tudo ágil e atrativo, culminando em uma cena em uma cabine de vigilância verdadeiramente interessante e bem montada, tudo indo certo até que a personagem acorda e percebe que aquilo foi um pesadelo. Isso para ela, já que para o espectador foi um sonho, um vislumbre do que o filme poderia ter sido, já que o que vem depois é doloroso.

Zombie não só parece guardar toda sua pouca força na direção para essa sequencia, como depois disso parece fazer de tudo para criar um experiência tecnicamente vergonhosa para ele mesmo, tentando incrementar um estilo moderno mas acabando por resultar em um visual complicado e feio, isso quando não está se comportando como Myers e cortando cabeças e membros com sua câmera, ao mesmo tempo que acaba se entregando a uma série de mortes repetidas e nada inspiradas (que, pelo menos desta vez, graças ao bom senso da distribuidora nacional, você vai poder vê-las).

E sobre tudo isso, ainda não tente entender a noção de tempo e espaço de seus personagens, já que todos parecem ir de um lugar ao outro em um passo. Mas por que isso seria uma exagero, já que, em um filme tão ruim isso fica pequeno.

Halloween II é pretensioso em tantos aspectos que não percebe o quanto está indo para longe daquela ideia que imortalizou Michael Myers, ficando difícil entender como uma segunda sequencia já pode estar sendo pré-produzida, pelo menos sem o sr. Zombie.


Halloween II (EUA, 2009) escrito e dirigido por  Rob Zombie, com Sheri Moon Zombie, Scout Taylor-Campton, Brad Douriff, Malcolm McDowell e Tyler Mane


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2 Comentários. Deixe novo

  • EU ADOREIIIII ENTENDI MSMO TUDINHUUU
    DESDE O HALLOWEEN 1 ATÉ O 2 E DEVERIA TER O 3…
    MAIS PREFIRO O PRIMEIRO Q É EM FATOS REAIS
    O PESSOAL PREFERE FILMES DA DISNEY EM Q N SE PENSA MTO PARA
    ENTENDER EU GSTO DE FILME ASSIM DO TIPO..
    *Triangulo do medo ( meu favorito )
    *Halloween
    *Sipnose mortal
    etc…
    filmes q façã a gnte pensar e q tenha emoção!!!

  • Tosco! Nada mais a declarar sobre o mesmo…

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