Chris Pratt no Brasil

Editorial Especial | Chris Pratt no Brasil!


Apenas pelo fato de eu ter que olhar para o pôster que ganhei no tour com Chris Pratt em São Paulo para me lembrar do subtítulo do novo filme do Vingadores, já demonstra que não sou desses nerds de HQs, games ou Cinema como plataforma de materialização de sonhos infanto-juvenis. Mas nada contra quem é. Muito pelo contrário.

Foi de certa forma para mim um verdadeiro tour, no sentido literal da palavra, participar deste encontro com dezenas de miguxos e miguxas super-empolgadíssimos e extremamente catárticos em conferir a presença do ator e de uma enxurrada de YouTubers. Toda essa empolgação ficou mais clara ainda através de uma maré de aplausos que precediam e “pós-cediam” cada comentário mais engraçadinho ou revelador sobre o futuro da saga da Marvel nesta que eles chamam de terceira fase (ou algo do tipo) de seu universo cinemático.

O ator e, de certa forma, comediante, Chris Pratt, tem uma presença de espírito invejável. Ele está adorando tudo isso. Pratt não alterou em praticamente nada sua persona nas telonas e telinhas. Me lembro de sua figura ligeiramente acima da média e competindo com Amy Poehler pelo timing cômico de maior impacto em Parks and Recreation, série televisiva em que ele começou com uma ponta e logo tinha mais de 20% das gags. Ele é uma figura e tanto, verdade seja dita, e assim como Robert Downey Jr. em Homem de Ferro e Ryan Reinolds em Deadpool, Pratt é o kinder ovo de mais uma série que começou despretensiosa e (mais uma vez!) jogou uma ventania de refrescância frente à mesmice dos filmes de rapazes e mocinhas de collant coloridos (ultimamente mais os rapazes).

Todo este hype por Vingadores obviamente não é apenas devido à sua figura. Ele simplesmente era um dos atores principais presentes naquela noite, desta que está sendo anunciada como (não traduzirei, sorry) “the biggest crossover in history”. E bastou para a Marvel dizer isto que começaram a brotar memes de tudo quanto é lado questionando essa afirmação tão pretensiosa quanto meia-dúzia de filmes onde os vilões pretendem destruir a galáxia e a única salvação está em nosso planetinha azul (precisamente em Nova York ou outra grande cidade americana).

Se a palavra hype é definida “como o exagero de algo, ou, em marketing, uma estratégia para enfatizar alguma coisa, ideia ou um produto”, ou em outra palavras, “um assunto que está dando o que falar”, os memes são o anti-hype cujo efeito é basicamente o mesmo… só que melhor, porque é cômico. Os memes servem para darmos risada de toda essa pretensão de que algo que preste está sendo feito em nosso planetinha azul (salvar o mundo… pfff).

E curiosamente os maiores sucessos de bilheteria **inesperados** da produtora de filmes foram justamente os primeiros filmes das séries já citadas (Deadpool também será uma série, caso você esteja tão desavisado quanto eu), e que, por uma ironia do destino, não tinham todo o hype criado por trás dos heróis já populares da editora de HQs, como homem-aranha, os Vingadores, Thor, Capitão América etc.

Por este fatores imprevisíveis da indústria de Cinema americano é que ter a figura de Chris Pratt sentado naquele palco, naquela bela noite em São Paulo, no Brasil, na América do Sul, cheia de fãs em êxtase pela sua presença e por estarmos tão próximos do “maior crossover”, talvez, se não da História, pelo menos com certeza da História da Marvel nos cinemas, fosse o grande meme invisível que pairava no ar. Nós já sabemos que Vingadores: Guerra Infinita será um sucesso inquestionável. Mas não graças a esse hype. Justamente o contrário.

O que foi construído aos poucos, nas fases anteriores até, com surpresas como Homem de Ferro e Guardiões da Galáxia, e que hoje ocupam um destaque impossível de se prever dez anos atrás no pôster que hoje penduro temporariamente ao lado de minha mesa. Seria uma falta de educação guardá-lo enrolado na gaveta. Pôsteres de cinema não são mais o hype do momento: teasers de 20 minutos são. E isso me relaxa de certa forma.

PS: Naquela noite assistimos a 20 minutos ininterruptos do filme. E a maior mágica não estava em assistir a esta pequena prévia, mas em olhar para a plateia compenetrada. Isso não me relaxa, mas é este excitante mundo que gera os memes que eu aprecio.


“Avengers: Infinity War” (EUA, 2018), escrito por um batalhão de gente, dirigido por Anthony e Joe Russo; com um batalhão de heróis (ou seriam os roteiristas os verdadeiros heróis?).


Trailer – Vingadores: Guerra Infinita

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