Dose Dupla (2013) | Crítica do Filme

Dose Dupla

Estrelado por Denzel Washington e Mark Wahlberg, chega aos cinemas nacionais neste final de semana o longa Dose Dupla (2013) mostrando bem como cada um destes atores escolhe seus trabalhos, enquanto Wahlberg procura sempre por papéis similares, vemos Washington mais uma vez tentando encontrar um personagem diferente que possa retrabalhar do seu jeito.

Dose Dupla conta a história de dois criminosos que decidem roubar um banco que guarda o dinheiro de um líder do tráfico de drogas. Porém, ambos são agentes disfarçados. Enquanto Bobby Trench (Denzel Washington) é um policial em busca de prender o traficante Papi Greco, Michael Stigman (Mark Wahlberg) é um fuzileiro naval que recebe instruções para roubar o dinheiro sujo para a Marinha para que ele possa ser utilizado em Operações Especiais. Após o assalto, os dois percebem que foram enganados e têm que juntar forças para sobreviver e ir em busca dos responsáveis.

Assumindo o subgênero policial de “buddie cop movie”, onde uma dupla de defensores da lei se odeia no início da projeção e vai gradativamente se tornando grandes amigos, o filme tem neste aspecto, e em seu segundo ato, seus grandes fortes. As reviravoltas que ocorrem após a descoberta de que foram traídos são de fato interessantes e abrem espaço para o filme caminhar em temas mais sérios. Entretanto, esses temas não são explorados a fundo e logo ganham um ar caricatural que termina por fazer do filme apenas mais do mesmo. E ser apenas “mais um” é exatamente o maior mal do qual o filme sofre.

Contando, com uma premissa que é absolutamente ridícula, já serão poucos os expectadores que darão uma chance ao resto do longa. Além disso, mesmo com sua dupla de protagonistas apresentando boa química em cena, Wahlberg entrega a mesma atuação que já vimos em quase uma dúzia de outros longas, enquanto Washington parece estar no piloto automático, oferecendo uma performance que – mesmo não sendo ruim – nada tem de destaque e fica muito aquém de seus últimos trabalhos. (Ora, quando foi a última vez que Washington sequer fez um trabalho mediano? Talvez tenhamos que voltar até 1995 no terrível Assassino Virtual.)

Dose Dupla

Para piorar, o longa ainda apresenta alguns aspectos que são particularmente ruins para quem não é proficiente na língua inglesa ou não conhece a cultura americana. Contando com diversas piadas construídas com base nestes dois temas, o primeiro ato é recheado de situações cômicas que passam em branco. A melhor delas talvez seja no momento em que o personagem de Washington vai abrir uma conta no banco e pergunta se não vai receber uma torradeira, tendo como resposta uma cara de “não entendi” da gerente. Infelizmente o silêncio no cinema denota que o público brasileiro também não.

Assim, Dose Dupla pode até ser um filme divertido, mas não passa de um passatempo vazio que será esquecido assim que o expectador sair da sala de cinema.


2 Guns  (2013), escrito por Blake Masters, dirigido por Baltasar Karmákur, com Denzel Washington, Mark Wahlberg, Paula Patton, Bill Paxton, Fred Ward, James Marsden e Edward James Olson.


Trailer – Dose Dupla

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