Velozes e Furiosos 6 | A boa notícia é que… bom não há boa notícia

O diretor Justin Lin e o roteirista Chris Morgan tomaram conta da franquia Velozes e Furiosos lá atrás, quando resolveram arrancar a ação de Los Angeles e derrapar em Tóquio. A ideia era boa, o resultando tampouco era ruim, mas a verdade seja dita, foi o único momento em que a dupla, realmente, conseguiu fazer algo minimamente decente. Por isso que esperar algo de Velozes e Furiosos 6 seria um exercício de frustração.

E isso acontece ainda que o quinto filme tenha conseguido explorar um lado “filme de roubo” que permitia que algo de novo acontecesse e o espectador fosse minimamente surpreendido, o que, pior ainda, acaba nem sendo o caso agora. Pela primeira vez em toda franquia, Lin e Morgan fazem o impensado e colocam todos os personagens do lado da lei, com carta branca para qualquer coisa. Opção impensada, pois era óbvio que a grande identificação do espectador com os personagens vinha desse estilo “anti-herói” de todos atrás daqueles volantes.

Tire isso e o que se tem é uma espécie de Esquadrão Classe A desnutrido, sem charme e que gosta demais de carros. Desnutrida não pela falta de forma, já que eles são “capitaneados” pelo enorme Dwayne “The Rock” Johnson, repetindo o papel do último filme, só que agora indo em busca de um outro grupo de criminosos, que não o vivido por Vin Diesel e sua turma. E como eles usam carros para fazer isso, nada melhor que pedir ajuda para os próprios, em troca da limpeza de suas fichas. Em um lugar dessa trama ainda surge a “ex-morta” e ex-namorada de Toretto, Letty (Michelle Rodriguez), para obrigar ele e o personagem de Paul Walker a se meterem nessa.

Não só os dois, mas todos personagens que fizeram o “trabalho no Rio”, atendendo seus telefones ao melhor estilo “missão impossível”, e … e… bom, depois disso eles não fazem lá muita coisa que não seja apanhar, algumas piadas ruins, um sacrifício e servirem de âncora para uma sequencia final que pode ser considerada uma das mais chatas e exageradas da franquia inteira (além de passarem tempo demais falando em seu walk talkies em planos repetidos à exaustão).

Mas é lógico que em um filme como esse, vindo de uma franquia como essa, o espectador quer mais é ver um monte de carros acelerando e personagens marrentos. Portanto, diante da impossibilidade dos personagens sobrariam os carros, mas como o diretor de fotografia Stephen F. Window deve ter dormido enquanto lia o roteiro, a enorme maioria das sequencias (diferente do Rio de Janeiro) acontecem à noite, mas em uma noite extremamente mal iluminada e que mal permite que a ação seja aproveitada. Sem bem que essa “ação” é tão pontual e arbitrária que ninguém parece muito interessado nela.

De um lado, Toretto e Letty travam uma disputa no racha mais mal organizado de Londres, sem começo, sem linha de chegada, sem percurso e ainda com a possibilidade de até agora o público estar esperando a chegada dos dois, que acharam mais legal fugir da polícia e comparar cicatrizes. É lógico também que, como um relógio, cada ato do filme tem uma perseguição em carros dos mocinhos com os bandidos, e a segunda nem é feita a noite (essa do racha é um momento romântico do filme), mas a quantidade de ofensas às leis da física desse monte de carros perseguindo/fugindo de um tanque no meio de uma rodovia espanhola é tão absurda que merecia ser à noite e bem escura, que é o que acontece com a final, envolvendo um avião.

E é isso mesmo, tanques, aviões e um “carrinho” meio que saído do Mad-Max são as “estrelas” dos vilões da vez, enquanto os “mocinhos” ficam pequenos em seus automóveis normais. Mas isso não tem importância, já que… bom, nada mais parece ter importância.

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De um “punhado de mão cheia” de diálogo explanatórios (a apresentação da personagem de Gina Carano chega até a ser cômico) até mais um monte de sequencias sem sentido, Velozes e Furiosos 6 parece nem ao menos se esforçar para soar mais que um emaranhado de ideias ruins. Portanto, não tente entender a culpa do personagem de Paul Walker, já que na hora de se desculpar, nem Toretto nem Letty o deixam nem acabar a frase (e com certeza fazendo-o pensar “de que adiantou sua ida à Los Angeles e a noite na cadeia”… bom, na verdade nem tente entender também como ele entrou e saiu de lá, nem o que ele fez com as informações).

E falando em ideias ruins, além de um desfile de personagens descartáveis, o espectador ainda é obrigado a aceitar a predileção de alguns personagens em mexer nos motores de seus carros em momentos como antes do café da manhã ou depois de terem sofrido uma surra (com o canto da boca ainda cheio de sangue). Como se tivesse sido difícil para o roteiro perceber que mais das metades das sequencias de diálogos ou acontecem em locais que não são cabíveis ou, simplesmente, seriam bizarras demais para serem aceitas em qualquer outra produção.

Mas é verdade, tudo isso é apenas chatice, aquele eterno papo de acabar esperando demais de um filme feito para não “ter nada”, e isso até seria aceito se Toretto não voasse por sobre um vão enorme entre dois viadutos para salvar sua amada e fizesse o cinema inteiro lembrar que aquilo tudo não era real. Isso se até alguém naquele momento ainda estivesse “dentro” do filme, por que se estivesse, esse seria a gota d´água.

Porém, não se preocupem, o sétimo filme já começou a ser produzido, com o final (à lá Resident Evil) desse sexto já mostrando até quem vai ser vilão (além de consertar uma falha cronológica que surgiu após a volta de um dos personagens). Entretanto, a boa notícia é que… bom não há boa notícia.


Fast & Furious 6, escrito por Chris Morgan, dirigido por Justin Lin , com Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne “The Rock” Johnson, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Sung Kang, Gal Gadot, Ludacris, Luke Evans e Gina Carano


Trailer do Filme Velozes e Furiosos 6

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2 Comentários. Deixe novo

  • O Diretor Dessse Filme ”Justin Lin” Poderia Abrir Exceção De Vim Aqui No Brasil , Tipo Fazer Ums Testes Com Garotas Ou Garotos de 14 Anos Ate os 18 , Seria Legal Usar essas Pessoas Para Interpretar Papeis Como Filhos Dos Atores Ou Ate Mesmo Ser Pessoas Do Mal , Ter Um Pouquinho Do Gosto Brasileiro No Filme Na Minha Opnião Seria O Maximo , Primeiramente Escolhia No Maximo Umas 40 Pessoas , Fazia Testes E Os Que Si Saissem Melhor Deixava E Os Piores Ia Eliminando Pra No Final Chegarem Ha Uma Conclusão. Pena E Que , Depois De Algum Tempo Eu Acho Que Voçes Vão Acabar Com Velozes E Furiosos Por Causa Do Falecimento De ” Paul Walker ” Um Ator Super Prestativo E Legal , E So Uma Ideia Que Eu Vim Deixar Aqui , Acho Que Nem Vai Ser Levada A Serio , Mas Pensem , Pois Voçes Estariam Realizando Um Sonho De Muitos Jovens , Pode Ser Que Eu Teja Errada . 🙂

  • Meu sonho é participar do velozes e furiosos queria saber como eu consigo se escrever para um papel.

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