Headhunters

É fácil entender por que tanta gente tem preconceito de certos filmes e suas nacionalidades. Tirando toda imbecilidade coletiva contra “filmes brasileiros” ou desconhecimento dos “filmes iranianos”, e mais um monte de clichês que movem certas escolhas, não gostar de Headhunters Filme poster“filmes americanos” e um clássico intelectualóide. O problema, é que esse último acaba tendo uma razão muito mais aceitável, e exemplos como o norueguês Headhunters só solidificam isso.

Não que o filme seja o melhor do ano, tampouco do semestre, do mês ou da semana, na verdade, é um exemplo de suspense descartável como milhões de outros por aí, mas com um esforço de apresentar algo tão novo e bem intencionada que se transforma em uma obrigação para aqueles que entrarem em uma locadora e derem de frente com ele.

Nele, um headhunter (Askel Hennie), tipo de executivo que seleciona outros executivos para ocuparem grandes cargos em empresas, tem um segundo emprego um tanto quanto interessante: ladrão de obras de arte. Na verdade o espectador é primeiro apresentado a esse larápio em um de seus furtos do que ao executivo, decisão que, praticamente, empurra o filme até um final completamente inesperado e que reflete, exatamente aquilo falado: o esforço de surpreender.

Mas é obvio que o interessante seria não tocar em nenhum spoiler e deixar o espectador curtir toda trama que envolve o roubo a uma valiosa obra de arte que um recém-aposentado executivo (Nikolaj Coster-Waldau, da série Game of Thrones) de uma empresa de segurança tem em mãos. O esquema é realmente engenhoso, já que o headhunter, em um de suas entrevistas, descobre uma série de detalhes do alvo e, com a ajuda de um comparsa que desliga os alarmes das casas, acaba tendo acesso total à peça, substituindo-a por uma réplica idêntica e, com isso, conseguindo algo perto de um roubo perfeito.

Headhunters Filme

De modo substancialmente claro e aparentemente óbvio, o protagonista então passa a ser perseguido por esse executivo (que na verdade tem um “passado” no exército), pior ainda, passa a até achar que sua esposa está envolvida em toda trama (e ainda tendo um caso com o mesmo). Um turbilhão de acontecimentos que o colocam como um fugitivo desesperado, com cada passo empurrando-o mais ainda para uma tragédia inevitável. Já que seria impossível sair impune de tudo à sua volta. E é ai que o roteiro de Lars Gudmestad e Ulf Ryberg (inspirados no livro de Jo Nesbo), permite que o espectador seja surpreendido (a cada “cruva”) e perceba estar vendo um filme que, até pouco, nem imaginaria estar.

Headhunters é então um suspense que não passa do competente, principalmente, pois a direção de Morten Tylden nem demonstra estar afim de mais que isso, mas, por outro lado, demonstra que Hollywood (rainha dos suspenses descartáveis) não parece mais ter a disposição de tentar conquistar seu público com uma história que só quer ser interessante. Só quer ser contada. Sem subterfúgios e grandes esperanças. De modo original e não copiado de algum outro lugar só para seus espectadores não terem que ler algumas legendas.


Hodejegerne (Nor/Ale, 2011) escrito por Lars Gudmestad & Ulf Ryberg e Jo Nesbo (livro), dirigido por Morten Tylden , com Askel Hennie, Nikolaj Coster-Waldau, Synnove Macody Lund, Julie R. Olgaard e Joaqyum Rafaelsen .


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