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Arranha-Céu: Coragem Sem Limite | “The Rock” Vs. Prédio em chamas


[dropcap]A[/dropcap]rranha-Céu: Coragem Sem Limite adoraria ser um filhote do cruzamento entre Duro de Matar e Inferno na Torre, mas não é. E sabe que não é.

Dessa forma, o mais recente veículo para o estrelato de Dwayne Johnson consegue envolver o espectador por não se levar muito a sério, trazendo ainda algumas eficientes cenas de ação e uma boa dinâmica entre o protagonista e sua família. Mas, é claro, o vilão cartunesco, o MacGuffin absurdo e as reviravoltas forçadas do roteiro não ajudam.

Will Sawyer (Dwayne Johnson) é um ex-líder da operação de resgates do FBI que, atualmente, tem um pequeno negócio próprio como analista de segurança. Graças à indicação de seu ex-colega do Departamento, Ben (Pablo Schreiber), Will consegue uma entrevista para cuidar dos sistemas de segurança do Pérola, o prédio mais alto do mundo, em Hong Kong — os andares mais baixos do prédio já funcionam como centro comercial, mas o idealizador do projeto, Zhao Long Ji (Chin Han), está ansioso para inaugurar os andares mais elevados, residenciais.

Depois de uma conversa promissora com Long Ji, o mundo de Will vira de cabeça para baixo quando ele passa a ser perseguido por figuras misteriosas e quando, das ruas de Hong Kong, ele se depara com o Pérola em chamas. Ele, então, terá que provar que não teve nada a ver com o incêndio e ainda tentar salvar sua família, que está no 96º andar — sua esposa, a cirurgiã do exército Sarah (Neve Campbell), e os filhos gêmeos do casal, os pequenos Henry (Noah Cottrell) e Georgia (McKenna Roberts).

Os momentos mais fracos de Arranha-Céu são quando o diretor e roteirista Rawson Marshall Thurber dedica-se a explicar as motivações e planos dos antagonistas. Isso acontece não apenas porque os planos são estapafúrdios, mas também porque os vilões são bastante desinteressantes. Além disso, conforme o longa caminha para sua conclusão, algumas reviravoltas desnecessárias começam a surgir apenas para apimentar as coisas. Como se vermos The Rock escalando um prédio três vezes mais alto do que o Empire State Building não fosse o bastante.

Também não colabora o fato de que o primeiro embate entre Will e um inimigo, que acontece em um apartamento e pega o protagonista de surpresa, representa a coreografia mais dinâmica e eficiente da produção.

Arranha-Céu Crítica

De qualquer maneira, Marshall Thurber definitivamente reconhece que os vilões são apenas a pedra no sapato dos mocinhos e que, aqui, não têm muita importância. Johnson protagoniza alguns momentos divertidamente absurdos em suas tentativas de entrar no prédio em chamas e, depois, de ir atrás dos bandidos, acaba pulando de um guindaste para o edifício.

Nesse sentido, é uma pena que o belo e imponente design do Pérola não seja melhor aproveitado no segundo e no terceiro ato; o filme apenas chega perto disso durante a importante luta que acontece na pérola que dá nome ao prédio e que, repleta de “espelhos” de alta tecnologia, era um óbvio cenário para o clímax desde que a visitamos pela primeira vez no início da projeção. De qualquer forma, a direção é segura e dinâmica o bastante para que a ação seja envolvente e clara.

Mais eficiente é a dinâmica natural e carismática que o cineasta cria entre Will e Sarah. Em filmes de ação como este (aliás, em filmes de praticamente todo gênero), a esposa do protagonista costuma ser ou um obstáculo para suas ambições ou um objeto a ser resgatado e protegido pelo homem — esse, sim, capaz de prover pela família por meio de sua força e de sua inteligência, ainda que esteja em tanto perigo quanto os outros. Já em Arranha-Céu, Neve Campbell faz de Sarah uma mulher perfeitamente capaz de cuidar de seus filhos (que estão presos com ela no edifício), imediatamente tomando providências para protegê-los da fumaça, por exemplo, e até mesmo colocando a mão na massa e enfrentando os bandidos que estão atrás dela para que nenhuma testemunha sobreviva.

Will até vai atrás deles no prédio, mas ela não fica esperando passivamente enquanto isso. Outro ponto interessante é o fato de que Will, que perdeu uma perna em uma explosão nos tempos de FBI, não é definido por sua deficiência, e o filme até mesmo a estabelece, em determinados momentos, como uma vantagem para o protagonista.

Contando ainda com um elenco repleto de rostos chineses (o que, ok, está relacionado ao desejo da produção de atrair o dinheiro do lucrativo público do país, mas que mesmo assim significa que os personagens são bastante diversificados) e com uma solução final que de tão bobinha chega a ser simpática, Arranha-Céu: Coragem Sem Limite é um blockbuster de ação despretensioso e que, por isso, consegue divertir e engajar.

“Skyscraper” (EUA, 2018), escrito e dirigido por Rawson Marshall Thurber, com Dwayne Johnson, Neve Campbell, McKenna Roberts, Noah Cottrell, Chin Han, Rolland Møller, Hannah Quinlivan, Pablo Schreiber, Byron Mann, Elfina Luk, Noah Taylor e Matt O’Leary.


Trailer – Arranha-Céu: Coragem Sem Limite

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