A Fuga do Planeta Terra

Repleto de criaturas coloridas, de aparência bizarra e que em muito lembram os personagens do ótimo Monstros vs. Alienígenas, A Fuga do Planeta Terra é rápido, barulhento e com uma trama simples, e, apesar de algumas poucas e não muito esforçadas A Fuga do Planeta Terratentativas de atrair o público adulto, funciona mesmo apenas para os menores.

Em meio a uma missão de resgate de bebês, conhecemos o astronauta Scorch Supernova, que tem o hábito de ignorar as ordens de seu comandante de missão e irmão, Gary Supernova. Imprudente e não muito brilhante, Scorch é visto como herói no planeta Baab, enquanto Gary é o “nerd que aperta os botões”. Até que Scorch recebe a perigosa missão de atender a um pedido de ajuda do Planeta Negro (surpresa! é a Terra!), de onde nenhum alienígena jamais retornou. Ao ser capturado na Área 51 pelo malvado General Shanker, Gary – para alegria de seu filho Kip que, idolatrando o tio e detesta a suposta passividade do pai – decide resgatá-lo.

Utilizando clichês envolvendo teorias da conspiração e abusando do humor físico e de gags sem graça envolvendo personagens secundários, o longa até tenta inserir algum humor mais inteligente, como o uniforme coberto de logomarcas de Scorch ou o vídeo que, ao apresentar a Terra, descreve nosso planeta como “o único em que a evolução aconteceu ao contrário”, mas, cercadas por tanta mediocridade, as tentativas passam batido. Exemplo disso é o vídeo educacional que dá as “boas vindas” aos E.T.s na Área 51: mencionando que estes agora “são convidados do governo norte-americano” (como se uma nave não pudesse pousar em outro país) e que entre os hábitos mal-vistos na Terra estão comunismo e nudez,  o que consegue fazer rir mas passa longe do que, em um filme superior, poderia ser uma ácida crítica social.

Afinal, nenhum dos quatro roteiristas, em nenhuma das (prováveis) mais de uma dúzia de revisões no roteiro, se preocupou em dar alguma complexidade a seus personagens ou a torná-lo capaz de ser analisado e fazer sentido. Ao chegar na Terra, Scorch – um astronauta veterano – se depara com um “boneco biruta” em frente a um 7-Eleven, e pensa estar diante de um ser vivo. Gary também não parece ter conhecimento algum de como são e como vivem outras espécies alienígenas.

A Fuga do Planeta Terra

Mesmo o vilão, que atrai as criaturas mais inteligentes da galáxia para roubar sua tecnologia (sistema de busca na  internet, as redes sociais, a tecnologia touch), que o filme tenta tornar engraçado e carismático, é um personagem entendiante; e as motivações de Lena, chefe de Gary e que se une ao General com o objetivo de destruir a galáxia, jamais são explicadas. O relacionamento problemático entre Gary e Scorch, que poderia levantar questões sobre a importância de pensar antes de agir e sobre a diferença entre coragem e imprudência, apenas resulta em uma lição de moral típica sobre a importância da família.

A Fuga do Planeta Terra se mostra, assim, um filme que atravessa galáxias mas não perde tempo construíndo seu próprio universo. Vai agradar aos pequenos, mas, para quem for acompanhá-los no cinema, resta agradecer por  a duração ser de apenas 90 minutos.


Star Trek II: The Wrath of Khan (1982), escrito por Bob Barlen & Cal Brunker e Tony Leech & Cory Edwards, dirigido por Cal Brunker, com vozes no original de Brendam Fraser, Robby Corddry, Rick Gervais, Jessica Alba e Sofia Vergara


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