Predadores

Predators (EUA, 2010) escrito por Alex Litvak e Michael Finch, dirigido por Nimród Antal, com Adrien Brody, Topher Grave, Alice Braga, Oleg Taktarov, Danny Trejo, Walton Goggins, Louis Ozana Changchien, Mahershalhashbaz Ali e Laurence Fishburne

por Vinicius Carlos Vieira

Deve ter sido duro para esses alienígenas caçadores terem seu status transformado em ídolos pop com a principal função de ir atrás de outros alienígenas, esses muito mais gosmentos, sorrateiros e sanguinários que eles. Os Predadores quase perderam seus postos de… “predadores” para os Aliens em duas seqüências de filmes que poderiam ser esquecidas, e agora, graças ao meio texano meio mexicano Robert Rodrigues, eles voltam atentar re-alcançar seu lugar ao sol, pelo menos como ameaça. Mesmo que o filme sirva só para isso mesmo.

“Predadores” se esforça para voltar àquelas origens, no meio da floresta, com um bando de cascas-grossas tentando sobreviver ao um dos alienígenas caçadores (nesse caso um monte), mas, a impressão que se tem é que o estrago já estava feito e, desde aquele momento no fim do segundo, onde um monte deles “parabenizam” Danny Glover, suas reputações nunca mais seriam as mesmas e ainda não vai ser dessa vez.

Mesmo que no começo, o filme pareça rumar justamente para isso, em pouco tempo não sobra muito coisa para o esforçado Ninrod Antal (que viu os dois lados da moeda com o bacana “Assalto ao Carro Blindado” e o horrível “Temos Vagas”) fazer, a não ser carregar seus personagens por uma trama totalmente rasteira e sem graça.

Esforçado, já que o diretor a todo tempo tenta ir atrás de um ou outro ângulo diferente, mesmo que sempre pareça atrapalhado pelo “corte” (se referir a isso como montagem seria um elogio) de Dan Zimmerman, que não se mostra muito interessado em deixar nenhuma dos planos de Antal terem mais que alguns segundos. Tanto no começo, quando a câmera acompanha Adrian Brody caindo, até ele atingir o chão, mas que é sumariamente picotada tanto quanto em alguns outros momentos onde o diretor segue a ação por cima da cabeça. E repetição é mais ainda a palavra de Zimmerman, já que a todo tempo ele parece perdido, sem saber muito o que fazer, mostrando as reações de todos personagens, um a um, com olhos esbugalhados e bocas abertas a cada  momento de surpresa, ou simplesmente cortando para o mesmo movimento dos personagens caindo em um lago várias vezes.

Mas por que tanto papo sobre a “edição” de “Predadores”? Simples, por que seria ela que salvaria o filme, já que a trama sobre um grupo de caras maus que cai de para quedas nesse planeta estranho e logo são caçados por um grupo de Predadores é tão rasa que nem ao menos move seus personagens por ela, mas simplesmente os deixa “sobreviver” a uma situação (a da caça), assim, o que sobraria seria a mão de Antal e o ritmo de Zimmerman para movimentarem o filme, mas os dois parecem não conseguir viver em harmonia.

Mas Antal também não se isenta de culpa, já que parece cometer os mesmos erros que já tinha cometido em seu mais recente filme, primeiro parecendo apaixonado por seus personagens, desenvolvendo-os de um modo certinho, mas sem conseguir equilibrá-los com os momentos de ação, se obrigando logo depois a separá-los em duplas enquanto discutem suas vidas, quebrando totalmente o ritmo e lhes dando um descanso desnecessário em um filme que teria como mote principal a ação.

E não é só essa ação que falta ao filme, mas sim um certa dose de testosterona que, principalmente, o primeiro trazia com ele, muito graças a um elenco sem graça e pouco simpático, liderado por um Adrien Brody, com uma rouquidão que faria seu Oscar corar de vergonha, e uma Alice Braga pouco convincente, ambos sem nem ao menos sobressaírem-se  dentro do resto do elenco (sem esquecer de uma participação especial, e quase sem importância, de Laurence Fishburne), todos multi étnicos, talvez para aproveitar alguns xingamentos em línguas diferentes, mas sem um pingo da personalidade que Schwarzenegger e seus companheiros tinham.

Por falar neles, pelo menos Robert Rodríguez e seu “Predadores” faz questão de se posicionar dentro da mítica da série de filme, citando o primeiro filme, não só na hora de (tentar) repetir seu clima de desconhecimento de seu começo, onde por vários minutos seu filme aposta nessa sensação de deriva, onde eles estão perdidos, mas ao mesmo tempo observados (e até um momento cheio de lama no tórax lá para o final), ainda que esse ritmo tenha que ser quebrado, já que hoje, com os Predadores mais que famosos, seria impossível “guardá-los” até o clímax do filme.

“Predadores” pode não ter o clima e o ritmo do original, mas com certeza é muito mais interessante que os dois “AvPs”, mesmo que isso não conte muito, mas, com certeza, vai agradar aos amantes dos bichões e seus dreadlocks, ainda que só a esses fãs mesmo.

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1 Comentário. Deixe novo

  • Cara Talento é talento,hoje em dia existem poucos diretores como o do primeiro predador com o arnold q se chama john mctiernan q também dirigiu o ótimo duro de mata e o proprio predador mas tenho esperanças q arnol e jonh voltem talvez em uma nova aparição do predador nos cinemas

    Obrigado Pelo Espaço

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