Jogos Mortais 6 Filme

Jogos Mortais VI | Mais um exercício antropofágico irritante

A maior dificuldade na hora de escrever sobre qualquer filme da franquia Jogos Mortais talvez resida na própria incapacidade de suas sequencias de tentarem ser um objeto de estudo em separado. Se por um lado esse sexto filme ainda vai até o primeiro para desenvolver uma ou outra trama, por outro, acaba sendo mais um exercício antropofágico irritante como todos posteriores ao segundo.

A impressão que se tem é que Jogos Mortais ainda não está preparado para se desprender de seus personagens assim como as grandes franquias do terror fizeram (leia-se aqui Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Halloween), como se ainda tentasse extender uma trama que já terminou a alguns filmes, precisando assim fazer o espectador ter que engolir as maiores pirotecnias narrativas para acreditar que aquelas mesmas pessoas estão realmente fazendo aquilo. Tudo fica pior ainda quando os filmes vem apresentando tramas tão superficiais que todas motivações anteriores parecem se perder a cada ano. É fácil demais o espectador se sentir perdido diante do que está vendo.

Mas é preciso dizer que, entre personagens sem força alguma, um número enorme de flashbacks irritantes e uma trama que definitivamente esquece a grande idéia do primeiro filme e descamba para uma vingança pura e simples, Jogos Mortais 6 é muito menos doloroso que (talvez) os últimos três números romanos. Ainda que preguiçoso na hora de criar seus personagens, obtando por um simples “bom” ou “mal”, “vítima” ou “assassino”, “vingança” ou “perdão”, pelo menos consegue desenvolver toda trama de um modo que prende o espectador o mínimo possível para que ele se interesse até o fim do filme. Coisa que não vinha acontecendo nos anteriores.

Talvez acaba sendo melhorzinho que os outros (enfâse no diminutivo) por parecer mais objetivo em suas tramas e diálogos e por guardar uma surpresa até certo ponto inesperado ao seu fim, por ainda se mostra muito menos refém das tripas, sangue e gores em geral e talvez, ainda por até ensaiar um novo suspiro para a série de filmes. Mas tudo isso, ainda longe de voltar a dar o espetáculo do primeiro filme.

A grande verdade é que a mítica do assassino Jigsaw já ganhou o apelo cultural dos grande matadores de adolescentes do cinema, um apreço maior (leia-se aqui uma produção que demore mais que um ano para ficar pronta, uma estrutura narrativa que não seja uma copia escarrada de seu antecessor e um elenco que não seja de quinta categoria) com certeza faria dessa franquia algo muito mais interessante. Infelizmente, em outubro de 2010 Jogos Mortais VII, provavelmente em 3D, chegará aos cinemas para provar que não será dessa vez que a franquia dara esse salto.


“Saw VI” (EUA, 2009); dirigido por Kevin Greutert; com Costas Mandylor, Tobin Bell, Shawanee Smith e Peter Outerbridge


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1 Comentário. Deixe novo

  • Jogos gratis
    09/05/2011 15:28

    Parece que a sequencia de Jogos Mortais nunca vai acabar.
    Eles sempre aparecem com um filme novo sobre alguma coisa que não foi explicada nos filmes anteriores.
    Eu gostava muito de filmes de terror mas agora não estou assistindo mais.

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